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Drone do tráfico: cabo da Marinha mostrou modelos da guerra da Ucrânia a chefe de facção, diz PF

Rian Maurício Tavares Mota foi preso nesta segunda-feira (16) em operação da Polícia Federal contra drones lança-granadas do tráfico. As investigações f...

Drone do tráfico: cabo da Marinha mostrou modelos da guerra da Ucrânia a chefe de facção, diz PF
Drone do tráfico: cabo da Marinha mostrou modelos da guerra da Ucrânia a chefe de facção, diz PF (Foto: Reprodução)

Rian Maurício Tavares Mota foi preso nesta segunda-feira (16) em operação da Polícia Federal contra drones lança-granadas do tráfico. As investigações foram iniciadas após um ataque, em fevereiro deste ano, de traficantes do Comando Vermelho contra milicianos da Gardênia Azul. Drones do tráfico: Militar da Marinha ofereceu 'serviços' a bandidos por mensagens Mensagens interceptadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público revelaram a proximidade entre o cabo da Marinha Rian Maurício Tavares Mota, de 26 anos, e o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, na articulação de ataques via drone a comunidades rivais ao Comando Vermelho. Em uma das mensagens, ele chegou a mandar um dos modelos usados na Guerra da Ucrânia. Nesta segunda-feira (16), Rian Maurício foi preso no 3º Comando da Força de Superfície, na Ilha de Mocanguê Grande, na Ponta da Areia, em Niterói, durante a Operação Buzz Bomb, contra drones lançadores de granadas. Doca conseguiu fugir. Segundo as investigações, Rian oferecia seus serviços para preparar drone capaz de promover ataque com granadas e, consequentemente, ajudava estrategicamente Doca na ampliação dos territórios dominados pelo criminoso. O cabo da Marinha Rian Maurício Tavares Mota Reprodução 'Lanço lá onde eles aparecem' O RJ1 teve acesso a alguns diálogos entre Rian e Doca. Segundo as investigações, nessas conversas Rian é identificado como "Da Marinha". Em uma das conversas, datada do dia 2 de fevereiro deste ano, Da Marinha envia para Doca um vídeo que mostra o uso de drones para lançar explosivos na Guerra da Ucrânia e oferece fazer um sistema parecido para atacar criminosos rivais. Na conversa Rian diz a Doca: "Se autorizar eu articulo, testo aqui no mato e depois lanço lá onde eles aparecem". Duas horas depois, Doca responde com um áudio concordando: "Demorô. Mas nós têm que ver a granada, tá ligado não? Só vê a granada que nós coloca. Já é. Nós faz o teste". Segundo os investigadores da PF, o militar mandou informações sobre o equipamento que deveria ser instalado no drone para lançar a granada. Ele ainda pediu "uma granadinha pequena" para jogar do alto quando os criminosos inimigos estivessem juntos. "Nós precisa comprar o dispensador, chefe. É o... é um dispositivo que bota no drone... que libera a granada, entendeu". Doca concorda, manda comprar o objeto, e Rian passa a chave PIX, que era o número de seu telefone celular. Missão especial De acordo com a Polícia Federal, Rian fazia parte de um grupo de mensagens com o nome de "missão especial" e ajudou a planejar ataques do Comando Vermelho contra milicianos da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. O grupo foi criado em fevereiro deste ano, quando começou a investigação da PF. O uso de drones tem chamado a atenção da polícia. Em outros casos, policiais conseguiram apreender drones que eram usados por traficantes para vigiar inimigos e a polícia. Desta vez, a investigação descobriu que Rian também usava os drones para indicar aos traficantes do Comando Vermelho a localização dos carros da polícia e para onde os policiais estavam se deslocando. A TV Globo não conseguiu contato com a defesa de Rian Maurício Tavares Mota. Nota da Marinha "A Marinha do Brasil (MB) informa que tomou conhecimento, nesta segunda-feira (16), da prisão de um Cabo pertencente à Força, em Niterói (RJ). A MB reafirma seu repúdio a quaisquer atos que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares e esclarece que se encontra à disposição para contribuir com os procedimentos necessários à apuração dos fatos."

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